quinta-feira, 8 de julho de 2010

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Sentei-me à mesa do café e numa qualquer revista lia-se uma história de uma mãe que perdeu um filho e o marido num acidente de carro. Ontem faleceu uma criança num fogo e outra caiu de um prédio. Horrível de se ouvir. Isto faz-me mal, muito mal. Tento não saber mas a vontade insiste em ler e ouvir aquelas palavras. Será que existe no mundo alguém como eu? Será que existe alguém que "mate" as pessoas na sua cabeça como eu? Visualizo, imagino a morte das pessoas que mais amo e sofro, sofro como se estivesse a acontecer. Sinto a dor da perda, do momento, da brutalidade do choque...e a saudade! Já aconteceu uma vez. O nó na garganta é do tamanho do mundo, quase impossível de suportar. Às vezes queria não amar ninguém e assim seria livre. Livre para não sentir coisas más. Não quero pensar mas tudo me vêm à cabeça. Gostava de viver num compartimento fechado com toda a gente que amo e protegida de tudo. Mas eu sei que isso não seria viver, nem mesmo sobreviver, seria qualquer coisa que também não quero. Medo, outro conceito da minha vida. Medo de quê? Para resumir de tudo, e mesmo de tudo! Esta coisa que impede de fazer qualquer coisa porque se tem medo e que impede também de viver e sentir o que é suposto sentir. Impede movimentos e sensações e condiciona o meu eu e o eu dos outros, que sem saberem o porquê ,vão fazendo as coisas que "ainda" consigo fazer sem medos. O conceito de normalidade assola-me mas eu sei o que é.... é uma coisa que não acabei... que interrompi...que não me apetece voltar...mas se calhar tem de ser...é o assumir que algo se passa...que isto não é de todo normal (seja lá o que isso for)....é voltar ao copo de água de manhã e à noite, é ter sono, sono e mais sono, é estar atordoada...é a minha cabeçinha! Mas eu fingo muito bem e ninguém diz, ninguém diria...!

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