quarta-feira, 13 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quantas vezes ouço alguém dizer que adora animais e sempre que vê cães e gatos abandonados os queria levar todos para casa e dar abrigo, comida, amor e carinho? Ultimamente comigo também é assim, só que não é por cães nem gatos, é por bébés e crianças. Aquelas que na hora de nascer não tiveram grande sorte, aquelas que proliferam em famílias numerosas e que são mais uma boca que não vai ter o que comer, aquelas cujos pais nem deviam ter esse nome. Esses seres humanos inocentes que não pediram para vir ao mundo mas que já cá estão e merecem respeito, amor e alguém que cuide deles, que merecem ter uma mãe e um pai. Antes não sentia assim, ou melhor, nem pensava muito nisto, mas no fim de ser mãe (e esta coisa de ter alguém para quem somos "tudo" tem muito que se lhe diga) é assim comigo. Sempre assim, quando sei de alguma história com estes contornos, sempre que leio o jornal, sempre que vejo tv, sempre que sei e sempre que sinto. E há tanta gente que quer e não pode. E tanta gente que quer, mesmo que eles não sejam geneticamente deles. E tanta gente com amor e condições minimas para oferecer. Por vezes acho que tudo isto é visto à luz de uma certa superioridade, achando que as crianças que tem menos do que posso dar ao meu filho são por isso menos felizes. Penso que não terão as mesmas hipoteses na vida e tudo em menos do que em mais. Mas não será assim (e ainda bem) tão matematicamente linear. É que existe o amor e esse quando existe não depende de melhores ou piores condições de vida, não é proporcional às dificuldades. E este amor é o verdadeiro alimento. Mas há quem não o tenha vindo do pai ou da mãe. Hás dias vi na televisão uma familia a ser entrevistada e o cenário era: vários filhos, pouco dinheiro ou nenhum e muita da comida era fruto da solidariedade da vizinhança. Ficamos estarrecidos. Mas depois vi que a senhora estava grávida e deixei de ter pena, e só me apeteceu galgar a televisão e perguntar se ela achava que tinha condições para por mais uma criança no mundo, e se já tinha ouvido falar em preservativos e se não, então que se abstivesse. Porra pá, não conseguem dar de comer aos que cá estão e já esperam outro? E nestes casos o amor chegará?